domingo, 21 de julho de 2013

Carro cheio de dotôs bêbos!

Certa vez, como prefeito de Cajazeiras recebi uma equipe de técnicos da SUDENE que veio ver as possibilidades potenciais de investimentos daquele órgão na nossa cidade. Nisto tivemos que nos deslocar e fomos no carro do município, lá pelas tantas eles conversávamos animadamente e comentavam quão popular era a SUDENE pelos seus bons serviços prestados ao Nordeste. Ao pararmos numa bodega para tomar um refrigerante, um deles, mais afoito, tentou fazer o teste São Tomé, do ver pra crer e tascou a pergunta:
- Oh, meu prezado, você sabe o que é SUDENE?
- Sei sim, meu senhor! SUDENE é um carro preto com uma faixa amarela de fora e cheio de dotôs mortos de bêbos!

domingo, 7 de julho de 2013

Mooorrreeeu demaaaiss!

Chagas do Melão, cunhado e compadre de papai, era uma figura pitoresca. Entre outras histórias se contava que na época em ele morava no Sitio Melão (Ceará na fronteira com Cajazeiras) tinha uma bodega na lateral da sua casa e como não podia faltar, tinha à venda a cachaça. Chagas, sujeito pacífico, não se envolvia em confusão, se acaso houvesse algum pega-pra-capar na bodega, ele caía fora e gritava para a mulher:
Corre, Estela, tão quebrando a tua bodega!”.
Chagas tinha a mania de dizer “é demais”, não entabulava uma conversa mais longa sem deixar de usar esta locução adverbial.
Cícero Moreira, cunhado do Chagas, migrou já septuagenário para o Maranhão onde já moravam vários filhos. Quando a saudade apertava convidava o cunhado, já viúvo, para vir ao Maranhão, oferecendo-se mesmo até pagar as despesas da viagem.
Quando Chagas chegava à São Luís, o velho Ciço, como era conhecido, danava-se a indagar: “E fulano como vai? E beltrano?... E sicrano?...” e Chagas debulhava as novidades. “Vai bem, até a filha, a Marinete, casou com Nelmarion do cumpadre Zé das Melancias”. Ou “Homi, não te digo, tu acredita que de tão veio Pedão da Serra da Areia se avexou a caducar”. E assim desfiavam longas horas de prosa sobre os acontecidos na Cajazeiras querida e cercanias.
Numa dessas conversas, Ciço perguntou ao cumpadre por uma certa pessoa muita conhecida e o cumpadre Chagas foi bem lacônico:
- “Morreu...”.
Ciço espantado tornou a pergunta: “Morreu?”. “Morreu?”.
E ouviu como resposta do cumpadre Chagas:
-“Homi, mooorrreeeu, mais mooorrreeeu demaaaiss!”.